Poemas de: Artur Patrício
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Verdade!
Falta-me a voz, o silêncio dos amantes absorve o espaço total da tela. Fecho a
mão, a inquietude consome-me: o aperto dos ossos acorda o sangue que absorve em
dor os movimentos da respiração; penso nisso, lembro-me do deserto intenso que
solidifica a realidade, nem um som absurdo no espaço, algo aterrador que
derruba todas as emoções eloquentes. Esqueço-me do momento...eu, sozinho, neste
universo de papel...
Artur Patrício
Uma paisagem desenhada numa tela que sobrevive no espaço cósmico, que se entrelaça na construção permanente da cor e do espaço entre o contraste e a luz da noite que permanece quase em silêncio, apenas as vozes inquietas e o som metálico se escutam: passagem registada no segundo intemporal.
Artur Patrício
Imagino-a num espaço que não seja triste!
onde a sua silhueta é um desenho meu,...
ou melhor: um esboço que me pertenceu,
onde cada linha, apenas existe...
São barbantes que nascem do negro e da oposição,
naquela fotografia nascida do acaso,
que submerge do desejo ou da essência de um caso,
perdendo-se no seu próprio feitiço de ocasião.
É quase um momento insólito
que intercepta a luz de uma tempestade,
deixando-me de mãos vazias e sem vontade,
sempre que o sonho se distancia do fotólito.
Artur Patrício
Em cada gota de suor um grito em silêncio, uma dor em chamas em cada letra que arde intensamente numa melodia de enfeitiçar: a magia que lhe preenche o decote sobre o sangue apressado, um louco enamorado que anseia o doce mel da pele despida...
Artur Patrício
A imagem escrita que, na verdade, transcreve o desejo ou o pecado que, por si só, pode ser mortal se vestido de negro. Contudo, a silhueta vestida de nada transpõe o universo do ser - tal desespero do átomo que se diz de carbono - confunde-se na palavra ou neste universo em lava…
Artur Patrício

Dois tempos dentro de um só: uma batalha desleal que apenas pertence a um. Uma vírgula inconsequente que insiste em derrubar o trono da maiúscula - nua a tempestade que se avizinha no oceano de corpo perfeito, reconfigurando os materiais que perduram na memória das batalhas, neste jogo da imortalidade…
Artur Patrício
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